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sábado, 26 de janeiro de 2013

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE PREVENÇÃO DAS DOENÇAS ESCOLARES


Michele Joia da Silva
        Nos últimos anos vem se falando muito de inclusão, termo este “usado” de forma incorreta, uma vez que o mesmo, não se refere somente à crianças com síndromes, paralisias, deficiência física, entre outros, que tanto ouvimos falar. Mas também, inclui, como o próprio termo se refere àquele aluno com dificuldade escolar, de aprendizagem, que não consegue aprender a ler a escrever, ou até mesmo, é distraído, toda hora se “perde na aula” etc.
        Mas para falarmos de inclusão, antes de tudo, é importante referir-se ao professor como peça fundamental neste processo difícil e árduo de prevenir, ou mesmo ‘remediar” uma dificuldade de aprendizagem. Vamos falar de forma clara, que não somos formados para tal, uma vez que quando estudamos, na Escola Normal, não aprendemos técnicas para auxiliar estes alunos, no processo de aprendizagem e na assimilação de conteúdos. Precisamos estar cientes de que não fomos capacitados para tal fim, para podermos enxergar a real dimensão do que temos que aprender e promover para fazer a diferença.
        Atendo clinicamente várias crianças que apresentam tais dificuldades escolares e que, na maioria dos casos, não passam de dificuldades familiares, emocionais, ou até da própria escola em que o aluno está inserido, de perceber que o mesmo, não se enquadra em determinada metodologia ou forma de apresentar os conteúdos como a escola oferece. È importante lembrar que todas as pessoas, seres humanos, são adaptáveis a qualquer tipo de situação, mas na área cognitiva, é importante ressaltar que toda criança deve aprender de forma lúdica e prática. Então, não haverá adaptação, uma vez que, com idade de pura energia, queiramos que o aluno aprenda sentado, o dia todo, sem pararmos de falar e cuspir giz.
        O professor, chave que abre as portas dos olhos, vê seus alunos na interação, percebe as diferenças no dia a dia. A família deve respeitar suas observações, uma vez que só observa a criança em determinados grupos, como pracinhas, festas ou familiares. È nessa interação com o outro, diferente dele, que o aluno apresenta suas peculiaridades. Por isso, sua observação é fundamental.
        Quando um professor observa uma criança com comportamento diferenciado, seja na área emocional, como pedagógica, este deve encaminhar à direção seus apontamentos para a mesma poder fazer sua parte. Na coordenação, o aluno é encaminhado para diversos profissionais, para que se possa chegar a um censo comum e resolução de um problema. A família muitas vezes não enxerga o real problema, por isso, é papel da escola informar os pais sobre as dificuldades e buscar ajuda para repará-las.
        Para isso, é importante que se tenha conhecimento de que profissional indicar e como agir:
QUANDO O ALUNO APRESENTA...
QUE PROFISSIONAL ENCAMINHAR...
Dificuldade na escrita, na leitura, na matemática, na fala, na alfabetização.
FONOAUDIÓLOGO
Dificuldades escolares, tais como notas baixas persistentes, dificuldade na escrita, leitura, matemática, entre outras.
PSICOPEDAGOGO
Dificuldade em se comportar, manter a calma, agressividade, tristeza, oscilação no humor.
PSICÓLOGO
Várias dificuldades, mas em nível alto, onde a família já fez e apresentou todo o tipo de exames* que afasta hipóteses de atendimento nas áreas acima.
NEUROPEDIATRA
Para casos mais difíceis, onde a criança já tem diagnóstico, mas percebe-se que não há tratamento, ou foi afastado indevidamente do próprio.
PSIQUIATRA INFANTIL ou NEUROPSIQUIATRA
  
·       Exames que afastam hipóteses de problemas biológicos, como: AUDIOMETRIA, EXAME DE VISTA, PAC (Processamento Auditivo Central), ELETROENCEFALOGRAMA, entre outros.
É importante citar que a própria escola deve solicitar os exames de vista e audiometria, afim de excluir problemas que afetam na aprendizagem.
    A prevenção se dá e se define por meio de atos que estão presentes nas escolas, porém não se tem dado o devido valor. Na maioria das vezes, o aluno é rotulado e fica, como um alvo, na frente de todos os tipos de apelidos ou nomes que se podem colocar para nomear uma dificuldade que pode ser da própria escola ou família.

BIBLIOGRAFIA:
BEAUCLAIR, João. Do fracasso escolar ao sucesso na aprendizagem: proposições psicopedagógicas. Rio de Janeiro: Wak editora, 2008.
CORREIA,L.M. Alunos com necessidades educativas especiais na classe regular. Porto: Porto Editora, 1997.
CORREIA,L.M. & MARTINS, A.P. Dificuldades de aprendizagem: o que são, como entendê-las. Porto: Porto Editora, 1999.
FONSECA, Vitor. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem: abordagem neuropsicológica e psicopedagógica. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
GADOTI, Moacir; ROMÃO, J.E. (org.). Autonomia da Escola: princípios e propostas. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1997.
PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Petrópolis: Editora Vozes, 1973.
OLIVIER, Lou. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2006.
RELVAS, Marta. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro: WAK editora, 2009.
SENNA, Luiz A. G. Formação docente e educação inclusiva. São Paulo, Instituto Sedes Sapientiae, 2008.

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