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sábado, 19 de janeiro de 2013

COMO A FORMAÇÃO DOCENTE VISLUMBRA O TEMA GÊNERO DE MODO A NÃO INTERVIR NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

O presente trabalho tem como foco investigativo, a formação docente, ensino aprendizagem, gênero e a forma que se dá o estudo etnográfico. A pesquisa tem como objetivos específicos a desvelar : - Constituir conceito de gênero e suas especificações; Tornar estes professores capazes de reconhecer e refletir sobre sua formação e atuação; Focar esta forma de estudo , a etnográfica, como fonte facilitadora de entender o processo em que se dá o ensino aprendizagem. O campo para este estudo serão duas escolas distintas em sua formação, uma que educa crianças em idade escolar ou avançada, constituída em zona urbana , com classes regulares do 1º ao 5º ano do Ensino fundamental, Escola Municipal Desembargador Montenegro. A outra, constitui-se na zona urbana , com classes regulares de Ensino Médio na modalidade de Normal, formação de professores, Instituto de Educação Carmela Dutra. A diferença dos locais não está somente na modalidade de ensino, mas na forma em que estão situados os alunos, na 1ª escola, alguns professores estão prestes a se aposentar, o estudo será focado na visão destes, que já se formaram há muito tempo. Na 2ª escola, encontramos alunos em formação para atuar com alunos em sala de aula, nesta a pesquisa visa identificar a forma que estes, sujeitos informantes do futuro, para sua atuação. Por meio dos dados do campo e análise, em uma abordagem etnográfica, através do produto colhido, visa citar como os alunos que estão em processo de formação no nível normal e os professores que já atuam há um longo tempo, reconhecem o tema gênero e como vêem sua interferência no processo ensino aprendizagem. No campo, para análise destes dados, serão utilizados os diferentes instrumentos de estudo etnográfico, entre eles a Observação Participante, áudio, documentos, fotos e imagens, entrevistas semi- estruturadas e focus group. Estes instrumentos serão utilizados de forma a validar a pesquisa. O foco da pesquisa se dará em torno da formação docente, como se dá o processo de informação e instrução em torno do assunto gênero, tendo com objeto de pesquisa os alunos do curso normal, em seu processo de formação, professores já formados e que atuam há longa data e os alunos destes professores . A pesquisa visa identificar como esta formação afeta o processo de ensino e a vida escolar destes alunos. Sua contribuição, acredita-se , dará no reconhecimento de uma formação docente arcaica e cheia de preconceitos que atingem alunos e faz deles maus alunos, sem que este possa criar ou aprender de acordo com sua modalidade. Como pressupostos teóricos serão utilizados, o mau uso do gênero na escola de modo a levar o aluno ao fracasso escolar; a má formação docente no Brasil; a abordagem etnográfica como viés para entender o contexto escolar, o processo ensino aprendizagem, de acordo com os aspectos e modalidades de ensino. FORMAÇÃO DOCENTE : Diante da triste realidade de nossa escola , não nos cabe dizer que a culpa do fracasso escolar é toda do professor , porém na maioria das vezes , o é . Certos de que receberam uma formação inicial inadequada , incompleta ; o professor se depara com a sala de aula , um "minimundo ' , com encontro de diversas culturas e diversos valores e se perde em didáticas e planejamentos insólitos e fechados , perdendo aí , a função de uma escola inclusiva . Ao professor cabe a função social de fazer a mediação entre o que o aluno aprende espontaneamente na vida cotidiana e com sua formação integral. BRAGANÇA e RAMALHO, citam em seus textos que as relações estabelecidas entre os atores escolares ( professores e alunos) , é a constituição do núcleo pedagógico, portanto é relevante pensá-las. Explicitando que é inegável que os focos de dificuldade se enscontram nestas interações. Propondo assim, uma reflexão a cerca destas relações, entre professor e alunos, em seus aspectos, manifestaçõese repercussões, que se instauram neste contexto, que é a escola. Quando FREIRE é citado por BRAGANÇA e CARVALHO, a mensagem nos mostra o papel que o professor tem na vida acadêmica e social do aluno, que se feita de forma errônea, as marcas são ruins, porém se ele se prepra , pode de alguma forma marcar positivamente e significamente." O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incopetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar a sua marca. Já MOURÃO, em sua pesquisa em CIEP's do Rio de Janeiro, obseva que a falta de concentração dos professores em sua tarefa , que é a sala de aula, acarreta um grande problema de indisciplina e de socialização neste espaço. Seu trabalhofora de foco, promove aos seus alunos, grandes dificuldades, tornande-se um sonho de consumo ter professore naquele espaço. Se o professor ou qualquer outro funcionário não estiver dedicação à sua tarefa, torna-se difícil manter este sistema de ensino, e nisso, que perde muito e visivelmente é o aluno. Em seu artigo 13 , Inciso III , a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , LDB n º 9.394/96 , promulga : " Zelar pela aprendizagem dos alunos . " Neste caso , torna-se fundamental a atuação docente no processo de aprendizagem . Cada vez mais , educandos tem se tornado repetentes , alunos , que por motivo de alguma dificuldade , vem trazendo em sua vida escolar , fracassos , que levarão para a vida escolar , fracassos , que levarão para a vida inteira . Na maioria das vezes , fracassos causados pela dificuldade de ensinagem de seus educandos . A aprendizagem constitui-se em um processo , uma função , que vai além da aprendizagem escolar e que não se refere exclusivamente à criança . Como experiência , guarda um elemento universal do humano , na medida em que permite a transmissão do conhecimento e, por meio desse processo , garante a semelhança e a continuidade do coletivo , ao mesmo tempo permitindo a diferenciação e a transformação . O aprender envolve simultaneamente a inteligência , os desejos e as necessidades . Cabe então ressaltar , a importância de conhecimentos externos à sua formação , numa continuidade , que deve fazer parte integrante do trabalho docente , de assuntos ligados à educação , que podem ser adquiridos de forma prática ou teórica , mas consistentes e que ambas o auxiliarão em sua atuação . HAMILTON WERNECK ( 2008 ) cita que o primeiro passo para a educação brasileira melhorar é : " adequar os programas que se usam nas escolas ao desenvolvimento psicológico das crianças , além de adptar os mesmos programas à realidade da vida e do mundo , atualizar os conteúdos e apraticidade dos conteúdos . Desta forma , não vale somente estar munido de conhecimentos metodológicos e epistemológicos , mas também de tendências e temas com foco no ser humano além de assuntos que envolvem a aprendizagem . Compreender essas tendências permite ao formador ,no dizer de FUSARI,"descobrir, desvelar aquilo que está coberto , velado , permitindo o seu posicionamento consciente " . Assim , acredita-se que esse posicionamento implica uma visão crítica para que o professor possa desenvolver ações que levem em conta as necessidades e aprendizagens do aluno , que promova condições para favorecer efetivamente sua função de aprender . GÊNERO : Após pesquisa qualitativa em escola pública de ensino fundamental, no estado de São Paulo, CARVALHO, observou que os critérios de avaliação escolar dos professores, de acordo como suas opiniões sobre masculinidade e feminilidade interferiam em seus julgamentos, e o que mais valorizavam no comportamento de meninas e meninos. Durante todo o transcorrer da pesquisa, CARVALHO aponta que , do ponto de vista da relação de gênero, múltiplas dimensões da vida escolar e da infância articulam-se na produção desse quadro de maiores índices de fracasso escolar entre pessoas do sexo masculino. Nesse caso, observando as falas de duas professoras, observa-se que , em todo momento, a inversão de gênero para a postura da masculinidade e feminilidade se apresenta de forma abrupta, interferindo no processo escolar. Na maioria dos casos, especificam que as meninas são boas alunas, porém menos inteligentes que os meninos. Em alguns caso só professor, despreparado não percebe a ação do gênero em sua sala, por só avaliar o que os seus olhos vêem e não o que está velado. Em um exemplo, descreveremos a seguir uma forma deste constante declínio: Ana, uma menina muito calma , "boa copista' e nada mais, em casa e em sala de aula, se comportava como um anjinho, como era chamada. Porém, um certo dia, na hora do recreio, em um espaço de maior liberdade, o silêncio foi rompido com uma atitude agressiva diante de um boato que corria sobre ela. Suas falas demonstram uma criança que não parecia ser, neste momento, Ana externalizou seu lado masculino, havia ali, uma situação de gênero. Como seu padrão de comportamento era avaliado pelas professoras como o de uma "boa aluna" , sua atitude no recreio implicaria na forma em que seria vista a a partir de então. ENSINO APRENDIZAGEM: De acordo com o dicionário , aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro , que se expressa diante de uma situação problema , sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência . Ou seja , o indivíduo não aprende somente na escola , há uma série de meios que o levam a aprendizagem . Mas , nós , seres humanos , temos na escola uma forma de modelar esta aprendizagem , forma esta que se dá pelo contato com os outros e com o meio , diversas culturas e tudo mais . A aprendizagem é afinal , um processo fundamental da vida. Todo indivíduo aprende e , por meio da aprendizagem , desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver . Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem . ( CAMPOS , 2003 , p.122 ) Portanto, para aprender é necessário que o indivíduo sinta-se bem, daí autoriza e aprende. A aprendizagem deve tornar-se um processo natural e espontâneo, mais até, um processo prazeroso. Descobrir e aprender deve ser um grande prazer. Senão acontecer desta forma, algo pode dar errado. Baseando-se nesta ideia, vemos a aprendizagem como algo que se adquire para entender aquilo que não se conhece e se deseja conhecer. Quando aprendo, resignifico da minha forma, deixo o conhecimento adequado para a minha capacidade, minha mente e utilizo as minhas descobertas no meu caminhar. A aprendizagem torna-se assim, a função integradora, estando ela diretamente relacionada ao desenvolvimento psicológico do indivíduo, de unir adaptação, que segundo PIAGET (1998) "capacidade de assimilar e acomodar novos conhecimentos" e as possibilidades de interação, que vai sofrendo mudanças ao decorrer de sua vida, com fatores ambientais (meio) e sociais (sociedade/indivíduos). Quando o indivíduo transfere para sua nova aprendizagem, uma forma própria de significados e a apropria para sua realidade, passando assim a utilizá-la de uma forma melhor para si, ele a adequa, para isto damos o nome de pensamento. Portanto, se o foco do trabalho é a preparação deste professor, que estará a todo o momento em contato com este aluno que aprende, trata-se de uma discussão sobre tudo que ele faz , que acarretará para o não aprendizado destes alunos. Um dos temas para serem abordados etnograficamente será gênero, como é utilizado e praticado nesta dialética. Piaget difere percepção de inteligência. Segundo ele , percepção é o processo que se refere ao conhecimento que se tem dos objetos ou dos movimentos obtidos pelo contato direto e atual com os mesmos . Ao contrário , a inteligência possibilita o conhecimento de outros aspectos dos objetos e movimentos e que subsiste mesmo na ausência do contato direto com os objetos . Para Piaget há uma difrença entre percepção e inteligência . Segundo ele , percepção é o processo que se refere ao conhecimento que se tem dos objetos ou dos movimentos obtidos pelo contato direto e atual com os mesmos . Ao contrário , a inteligência possibilita o conhecimento de outros aspectos dosobjetos e movimentos que subsiste mesmo na ausência do contato direto com os objetos .Visa que amaturidade neurológica da criança é fator necessário e determinante para seu desenvolvimento psicológico , mas não suficiente , pois é a criança na interação com seu mundo concreto que determinará a construção da sua vida mental . Abaixo, uma forma de demonstrar como seria essa forma de atuação docente, prevalecendo o ensino aprendizagem. De acordo com Vygotsky , a aprendizagem se dá de acordo com a interação com o outro , " aprendendo " a usar a sua linguagem como instrumento de comunicação . Acredita que mediando o ensino , conhecimento , leva-se ao aprendizado . Vygotsky, assim como Piaget , defende a idéia de que a criança não é a miniatura de um adulto e sua mente funciona de forma bastante diferente . Esta compreensão tem grandes implicações para os professores porque nos obriga a compreender o aluno da forma com que ele é , e não da forma com que nós compreendemos o mundo . Vygotsky fala principalmente da linguagem e do pensamento . Pois , misturamos o pensamento e a fala em nossas ações . Fundamenta-se na troca , como meio de construção da cultura , onde ocorre da seguinte forma : falo , logo recebo um ato de volta . Abaixo segue a ilustração do tema abordado po VYGOTSKY: Em qualquer um dos diagramas, seja o de PIAGET ou de VYGOTSKY, a relação professor aluno, sempre terá umenfoque para o acontecimento real da aprendizagem, portanto, este profissional deve estar apto para que se promova esta aprendizagem. Não será válido somente transferir dados , se não os reconhece e saber transferi-los. ESTUDO ETNOGRÁFICO: Por ser um estudo que só pode ser validado a partir de pesquisa feita em campo a ser investigado, o estudo etnográfico neste trabalho tem o papel importante de estabelecer o que há de se trabalhar para amenizar o objetivo proposto. De acordo com MATTOS, em Educação, esta realidade estudada é cultural, assim como a do pesquisador que a estuda. Na dialética entre essas duas culturas , a do pesquisador e a do pesquisado, é que a complexidade se instaura e é sobre ela que se movimenta o trabalho de pesquisar. A partir desta premissa, o pesquisador passa a avaliar o campo, não com o seu olhar , mas transcrevendo o que o campo fala com ele, é ele, o campo, que vai dar os dados a serem pesquisados.Desta forma, a etnografia nos leva a compreender o outro, se tornando um fazer científico discriminatório e contemporâneo. Portanto, a etnografia vem auxiliar o pesquisador a encontrar respostas à sua pergunta, pergunta sobre algum fenômeno social que não está "caindo bem". BIBLIOGRAFIA: ANTUNES, Celso. Professores e Professauros- Reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas diversas. Petrópolis, Editora Vozes, 3ª edição, 2009. ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: Imagens e auto imagens. Petrópolis; Editora Vozes, 11ª edição, 2009. BRAGANÇA, Grazielle e RAMALHO, Fernanda. O contexto escolar e seus atores: as relações de poder numa perspectiva sócio interacionista. Artigo. CARVALHO, Marília. Mau aluno, boa aluna? Como as professoras avaliam meninos e meninas. Artigo MATTOS, Carmen. Estudos etnográficos: uma revisão de tendências no Brasil. Artigo. MATTOS, Carmen; BRAGANÇA, Grazielle; RAMALHO, Fernanda. O contexto escolar e seus atores: as relações de poder numa perspectiva sócio interacionista. Artigo. MINGHET , P. A . ( Org.) A construção de conhecimento na educação . Porto Alegre : Artmed , 1998 . MOURÃO, Lúcia de Mello. Uma escola com professor: sonho de consumo. Artigo. PIAGET , Jean . O diálogo com a criança e o desenvolvimento do raciocínio . São Paulo : Scipione , 1997 . WERNECK, Hamilton. Ensinamos demais, aprendemos de menos. Petrópolis; Editora Vozes, 21ª edição, 2007. WERNECK, Hamilton. Como vencer na vida sendo professor. Petrópolis; Editora Vozes, 15ª edição, 2007.

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