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sábado, 26 de janeiro de 2013


Há algumas décadas, a educação mudou de formato por diversas vezes, porém estas mudanças não vislumbram como cada aluno pode aprender diferentemente do outro, de forma própria, de acordo com seu estilo de aprendizagem. Por causa desta afirmativa, não adiantaria a mais moderna e melhor das metodologias, se a mesma não focar em diferentes formas de aprender e assimilar conteúdo, uma forma em que “todos” possam aprender.
Professores não estão preparados para lidar com a diversidade de alunos e suas dificuldades. O despreparo de profissionais da educação básica pode comprometer o entendimento do aluno. O papel do psicopedagogo institucional vem para definir esta facilitação, com apresentação das diversas dificuldades e como trabalhar em sala de aula para reconhecê-las e fazer a intervenção adequada a cada uma das mesmas. O processo sucede de intervenção psicopedagógica para dar continuidade a este processo de prevenção e intervenção.
            Pesquisas realizadas em escolas públicas e privadas com diferentes faixas etárias mostram que dificuldades de escrita podem ser prevenidas por meio de atividades motoras; e que por meio dessas atividades também é possível desenvolver-se estruturas mentais lógicas. Este estudo objetivou-se em elaborar e aplicar uma metodologia psicopedagógica de ensino envolvendo jogos corporais a fim de promover o desenvolvimento da área motora (orientação espacial e temporal), mental (possíveis e tomada de consciência), e prevenção de dificuldades de aprendizagem em escrita.
            A prevenção psicopedagógica vislumbra meios de induzir técnicas no cotidiano escolar, para que cada um possa, da sua maneira, tornar-se autônomo na sua aprendizagem e consciente de seu papel social. Sabendo  que cada ser só se torna autônomo quando esse mesmo desenvolve seu papel  de forma adequada e facilitadora para si mesmo.
            Tratar e prevenir as dificuldades de aprendizagem, refletir psicopedagógicamente sobre os mesmos, consiste em procurar compreender a forma como esses alunos, “os que não conseguem aprender”, estão utilizando os elementos do seu sistema cognitivo e emocional para aprender, significa refletir também sobre as relações que se estabelecem entre aluno e conhecimento, as quais são interpostas pelo professor e pela escola.
            É importante citar que as crianças que apresentam dificuldades escolares, são um desafio para todos, pais, escola e professores, pois compreender os fatores que levam ao insucesso escolar requer, acima de tudo, reflexão. Isso parte da premissa que uma pobreza de estímulo, que pode gerar uma dificuldade de aprendizagem e até piorar uma já pré existente, não é realidade só do aluno pobre, mas também de uma massa da elite.
            Sendo assim, a aprendizagem humana, em sua complexidade, exige postura investigativa e integradora de vários saberes que tratam da vida do homem. As dimensões  biopsicossocial e cultural de nossa espécie concorrem integralmente no processo de aprendizagem, determinando suas vicissitudes. A psicopedagogia constitui-se e diferenciou-se de outras áreas de conhecimento justamente por esse princípio fundamental. (BOSSA)
            Prevenir e reconhecer dificuldades ou distúrbios que interferem na aprendizagem de forma ativa e prática, atuando diretamente com os grupos e modificando metodologias e formas de desenvolver o currículo escolar, tornando o ensino formal a todos. Intervir  utilizando proposta de educação e saúde integradas a todos os discentes, transformando a não aprendizagem, em uma nova forma de aprender. Ativar, de certa forma, todos os aspectos, mentais, sensoriais, motricidade, que influenciam na aprendizagem, facilitam a formação da estrutura cognitiva e em novas maneiras de independência destes fatores. “Bombardear” com estímulos para alterar os módulos, daí, aquisição de conhecimento. Um pequeno exemplo para citar esta idéia, seria escrever, que necessariamente requer habilidades motoras, sensoriais e cognitivas. Quando bem estimulado e bombardeado, este aluno adquire com mais facilidade aplicar a escrita.
            Estes estímulos, específicos, serão conduzidos na relação que acontece entre professor e aluno, onde o ensinante elabora intervenções, na parceria com o psicopedagogo que irão conduzir o aprendizado e resultar em respostas positivas dos aprendentes, em busca da ampliação da estrutura cognitiva.
Levando em conta que todo indivíduo carrega em seu DNA informações que auxiliam neste diagnóstico, todo trabalho vem pautado em pesquisa desde a geração do indivíduo até os dias de hoje, em conjunto com equipe escolar e através de testes psicopedagógicos realizados pelo observado. AUSUBELL,1978. “Descubra o que o aprendiz já sabe e ensine-o de acordo.” “ Aprende-se a partir do que já se sabe, e como aprendeu, dos conhecimentos prévios que adquiriu e da estrutura cognitiva.  Consiste em atividades integradas a rotina escolar,  com foco em pesquisa e descoberta das dificuldades de aprendizagem e do comportamento, onde se investigam as falhas na aprendizagem, e das demandas dos alunos em base em seu conhecimento pré adquirido e aparentemente como abstraiu e repassou, na sua amplitude de aprendente, que até então, marginalizado, não conseguia ser enxergado ou até mesmo, observado e recebido a devida importância. Além dos encontros técnicos e explicativos com equipe e família, afim de tirar dúvidas e tornar o trabalho sistêmico e multidisciplinar.
A idéia parte de uma educação plástica, já que o cérebro é plástico e está sempre se modificando e reinventando novos formatos de aprendizagem e formação de saberes. Preparando novas técnicas e maneiras de ensinar, buscando o saber que o aluno já possui e estimulá-lo.  PIAGET,1970, cita que antes de internalizar, é necessário perceber o meio externo e interagir com as estimulações presentes no mundo, no seu meio. O professor, seria o mediador e perceberia as respostas concebidas pelo aprendente. 
Pesquisa de campo e qualitativa: Os resultados obtidos com a proposta começaram a serem observados a partir do 2º semestre letivo, quando os alunos atendidos pelo projeto apresentaram as primeiras melhoras em atitudes escolares e autônomas. Conseguiram adaptar-se à rotina escolar de forma abrangente, tornando-se aptos ao estudo e convívio dentro da sociedade reconhecendo seu papel e sua atuação na mesma. Estes mesmos alunos conseguiram alcançar o desejado, até mesmo sem precisar de  recuperação paralela. Sua auto-estima melhorou, passando a reconhecer-se como indivíduo capaz e merecedor de seus méritos. Alunos incluídos e aceitos pelo grupo, ale de receber o devido cuidado do professor, que passa a percebê-lo como um aluno que necessita de um olhar diferenciado e melhor adaptação aos conteúdos.

ETAPAS DO PROJETO
·         Busca dos alunos que precisam de ajuda externa;
·         Anamnese Familiar;
·         Reconhecimento estilo de aprendizagem;
·         Nível cognitivo, teste aptidão, nível alfabetização;
·         Divisão de metodologia adequada à série e divisão do grupo de acordo com faixa etária cognitiva;
·         Acompanhamento semanal com equipe multidisciplinar;
·         Apoio ao professor com técnicas adequadas a cada dificuldade;
·         Apoio preventivo na Educação Infantil;
·         Auxílio à equipe escolar na manutenção da prevenção;
·         Participação ativa com família e comunidade.


Referencias bibliográficas:
AUSUBEL, D. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Editora Plátano, 2003.
BEAUCLAIR, J. Do fracasso escolar ao sucesso na aprendizagem: proposições psicopedagógicas. Rio de Janeiro: Wak editora, 2008.
BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
CIASCA, S.M.; ROSSINI, S.D. Distúrbio de aprendizagem: mudanças ou não? Temas de desenvolvimento, 8 (48), 2000, p. 11-16.
FERNANDES, E. Combinação Perfeita. Rev. Nova Escola 2012; 38-49.
FERNANDÉZ, A. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Editora Artmed, 2001.
FONSECA V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
FONSECA V. Aprender a aprender – A educabilidade cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? In: RUBISTEIN, E. (Org.). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
PAULA, L.A.L.. Jovens e novas formas de cognição: algumas reflexões sobre a escola. In:  FRANCO, A.S.; ARANHA, G. (Org.). Caminhos da Neuroeducação. Rio de Janeiro: Ciências e Cognição, 2010.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1970.
PORTO, O. Bases da Psicopedagogia- diagnóstico, intervenção nos problemas de aprendizagem. Rio de Janeiro, Editora WAK, 2007.
PORTO, O. Psicopedagogia institucional- teoria, prática e acessoramento psicopedagógico. Rio de Janeiro, Editora WAK, 2007.
RELVAS, M.P. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2009.
WEISS, M. L.; WEISS, A. Vencendo as dificuldades de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011.

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