Há algumas décadas,
a educação mudou de formato por diversas vezes, porém estas mudanças não
vislumbram como cada aluno pode aprender diferentemente do outro, de forma
própria, de acordo com seu estilo de aprendizagem. Por causa desta afirmativa,
não adiantaria a mais moderna e melhor das metodologias, se a mesma não focar
em diferentes formas de aprender e assimilar conteúdo, uma forma em que “todos”
possam aprender.
Professores não
estão preparados para lidar com a diversidade de alunos e suas dificuldades. O
despreparo de profissionais da educação básica pode comprometer o entendimento
do aluno. O papel do psicopedagogo institucional vem para definir esta
facilitação, com apresentação das diversas dificuldades e como trabalhar em
sala de aula para reconhecê-las e fazer a intervenção adequada a cada uma das
mesmas. O processo sucede de intervenção psicopedagógica para dar continuidade
a este processo de prevenção e intervenção.
Pesquisas realizadas em escolas públicas e privadas com
diferentes faixas etárias mostram que dificuldades de escrita podem ser
prevenidas por meio de atividades motoras; e que por meio dessas atividades
também é possível desenvolver-se estruturas mentais lógicas. Este estudo
objetivou-se em elaborar e aplicar uma metodologia psicopedagógica de ensino
envolvendo jogos corporais a fim de promover o desenvolvimento da área motora
(orientação espacial e temporal), mental (possíveis e tomada de consciência), e
prevenção de dificuldades de aprendizagem em escrita.
A
prevenção psicopedagógica vislumbra meios de induzir técnicas no cotidiano
escolar, para que cada um possa, da sua maneira, tornar-se autônomo na sua
aprendizagem e consciente de seu papel social. Sabendo que cada ser só se torna autônomo quando esse
mesmo desenvolve seu papel de forma
adequada e facilitadora para si mesmo.
Tratar
e prevenir as dificuldades de aprendizagem, refletir psicopedagógicamente sobre
os mesmos, consiste em procurar compreender a forma como esses alunos, “os que
não conseguem aprender”, estão utilizando os elementos do seu sistema cognitivo
e emocional para aprender, significa refletir também sobre as relações que se
estabelecem entre aluno e conhecimento, as quais são interpostas pelo professor
e pela escola.
É
importante citar que as crianças que apresentam dificuldades escolares, são um
desafio para todos, pais, escola e professores, pois compreender os fatores que
levam ao insucesso escolar requer, acima de tudo, reflexão. Isso parte da
premissa que uma pobreza de estímulo, que pode gerar uma dificuldade de
aprendizagem e até piorar uma já pré existente, não é realidade só do aluno
pobre, mas também de uma massa da elite.
Sendo
assim, a aprendizagem humana, em sua complexidade, exige postura investigativa
e integradora de vários saberes que tratam da vida do homem. As dimensões biopsicossocial e cultural de nossa espécie
concorrem integralmente no processo de aprendizagem, determinando suas
vicissitudes. A psicopedagogia constitui-se e diferenciou-se de outras áreas de
conhecimento justamente por esse princípio fundamental. (BOSSA)
Prevenir
e reconhecer dificuldades ou distúrbios que interferem na aprendizagem de forma
ativa e prática, atuando diretamente com os grupos e modificando metodologias e
formas de desenvolver o currículo escolar, tornando o ensino formal a todos.
Intervir utilizando proposta de educação
e saúde integradas a todos os discentes, transformando a não aprendizagem, em
uma nova forma de aprender. Ativar, de certa forma, todos os aspectos, mentais,
sensoriais, motricidade, que influenciam na aprendizagem, facilitam a formação
da estrutura cognitiva e em novas maneiras de independência destes fatores.
“Bombardear” com estímulos para alterar os módulos, daí, aquisição de
conhecimento. Um pequeno exemplo para citar esta idéia, seria escrever, que
necessariamente requer habilidades motoras, sensoriais e cognitivas. Quando bem
estimulado e bombardeado, este aluno adquire com mais facilidade aplicar a
escrita.
Estes
estímulos, específicos, serão conduzidos na relação que acontece entre
professor e aluno, onde o ensinante elabora intervenções, na parceria com o
psicopedagogo que irão conduzir o aprendizado e resultar em respostas positivas
dos aprendentes, em busca da ampliação da estrutura cognitiva.
Levando em conta
que todo indivíduo carrega em seu DNA informações que auxiliam neste
diagnóstico, todo trabalho vem pautado em pesquisa desde a geração do indivíduo
até os dias de hoje, em conjunto com equipe escolar e através de testes
psicopedagógicos realizados pelo observado. AUSUBELL,1978. “Descubra o que o
aprendiz já sabe e ensine-o de acordo.” “ Aprende-se a partir do que já se
sabe, e como aprendeu, dos conhecimentos prévios que adquiriu e da estrutura
cognitiva. Consiste em atividades
integradas a rotina escolar, com foco em
pesquisa e descoberta das dificuldades de aprendizagem e do comportamento, onde
se investigam as falhas na aprendizagem, e das demandas dos alunos em base em
seu conhecimento pré adquirido e aparentemente como abstraiu e repassou, na sua
amplitude de aprendente, que até então, marginalizado, não conseguia ser
enxergado ou até mesmo, observado e recebido a devida importância. Além dos
encontros técnicos e explicativos com equipe e família, afim de tirar dúvidas e
tornar o trabalho sistêmico e multidisciplinar.
A idéia parte de
uma educação plástica, já que o cérebro é plástico e está sempre se modificando
e reinventando novos formatos de aprendizagem e formação de saberes. Preparando
novas técnicas e maneiras de ensinar, buscando o saber que o aluno já possui e
estimulá-lo. PIAGET,1970, cita que antes
de internalizar, é necessário perceber o meio externo e interagir com as
estimulações presentes no mundo, no seu meio. O professor, seria o mediador e
perceberia as respostas concebidas pelo aprendente.
Pesquisa de campo e
qualitativa: Os resultados obtidos com a proposta começaram a serem observados
a partir do 2º semestre letivo, quando os alunos atendidos pelo projeto
apresentaram as primeiras melhoras em atitudes escolares e autônomas.
Conseguiram adaptar-se à rotina escolar de forma abrangente, tornando-se aptos
ao estudo e convívio dentro da sociedade reconhecendo seu papel e sua atuação
na mesma. Estes mesmos alunos conseguiram alcançar o desejado, até mesmo sem
precisar de recuperação paralela. Sua auto-estima
melhorou, passando a reconhecer-se como indivíduo capaz e merecedor de seus
méritos. Alunos incluídos e aceitos pelo grupo, ale de receber o devido cuidado
do professor, que passa a percebê-lo como um aluno que necessita de um olhar
diferenciado e melhor adaptação aos conteúdos.
ETAPAS
DO PROJETO
·
Busca
dos alunos que precisam de ajuda externa;
·
Anamnese
Familiar;
·
Reconhecimento
estilo de aprendizagem;
·
Nível
cognitivo, teste aptidão, nível alfabetização;
·
Divisão
de metodologia adequada à série e divisão do grupo de acordo com faixa etária
cognitiva;
·
Acompanhamento
semanal com equipe multidisciplinar;
·
Apoio
ao professor com técnicas adequadas a cada dificuldade;
·
Apoio
preventivo na Educação Infantil;
·
Auxílio
à equipe escolar na manutenção da prevenção;
·
Participação
ativa com família e comunidade.
Referencias bibliográficas:
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de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Editora Plátano, 2003.
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