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quarta-feira, 19 de junho de 2013

ATIVIDADES PARA COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA




Fonte: Facebook





A Síndrome de Asperger é um tipo de transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Crianças com síndrome de Asperger geralmente apresentam melhor desempenho do que as crianças com autismo. Além disso, as crianças com síndrome de Asperger geralmente têm inteligência normal ou quase normal de desenvolvimento da linguagem, podendo desenvolver problemas de comunicação à medida que envelhecem. Sugere-se que a síndrome de Asperger afeta 2-6 em cada 1.000 crianças. É mais comum em homens do que em mulheres, e geralmente é diagnosticado em crianças entre as idades de 2 e 6 anos.


Sintomas da Síndrome de Asperger:

Os sintomas da síndrome de Asperger podem variar de leve a grave. Os sintomas mais comuns incluem:


• Problemas com habilidades sociais: Crianças com síndrome de Asperger geralmente têm dificuldade de interagir com os outros e muitas vezes são difíceis em situações sociais. Eles apresentam dificuldades em fazer amigos e de iniciar e manter conversação.
• Comportamentos excêntricos ou repetitivos: Crianças com essa condição podem desenvolver movimentos repetitivos e estranhos, como torcer mãos ou torção do dedo.
• Preocupações incomuns ou rituais: Crianças com síndrome de Asperger podem desenvolver rituais que elas se recusam a alterar, como se vestir em uma ordem específica.
• Dificuldades de comunicação: as pessoas com síndrome de Asperger dificilmente fazem contato com os olhos quando falam com alguém. Eles podem ter problemas ao usar expressões faciais e gestos, linguagem corporal e compreensão. Eles também tendem a ter problemas de compreensão da linguagem no contexto.
• Limitada gama de interesses: Crianças com síndrome de Asperger podem desenvolver intensa, quase obsessivo interesse, em algumas áreas como esportes, horários, clima ou mapas.
• Problemas de coordenação: Os movimentos de crianças com síndrome de Asperger pode parecer desajeitado ou constrangedor.
• Qualificado ou talentoso: Muitas crianças com a síndrome de Asperger são excepcionalmente talentosas ou qualificadas em uma determinada área, como música ou matemática.


Causa a Síndrome de Asperger:


• A causa exata da síndrome de Asperger não é conhecida. No entanto, o fato de que ela tende a ocorrer em famílias sugere que uma tendência a desenvolver a doença pode ser hereditária (transmitida de pai para filho).


Tratamento:


O tratamento pode melhorar o funcionamento e reduzir comportamentos indesejados. O tratamento pode incluir uma combinação do seguinte:

• Educação Especial adequada: instituição que esteja estruturada para atender as necessidades especiais do educando
• Estimulo comportamental: Atividades e estratégias desenvolvidas que estimulem e apoiam o comportamento desejado.
• Terapia da fala, física ou ocupacional: Estas terapias são projetadas para aumentar habilidades funcionais da criança.
• Medicação : Não existem medicamentos para tratar a síndrome de Asperger em si, mas os medicamentos podem ser utilizados para o tratamento de sintomas específicos associados, tais como ansiedade, depressão, hiperatividade, e comportamento obsessivo-compulsivo.

Fonte:
http://www.webmd.com/

Observação:

O diagnostico deve ser realizado por profissional capacitado. Texto apenas informativo.
A ESQUIZOFRENIA NA INFÂNCIA

Como detectar a esquizofrenia em crianças. A esquizofrenia é uma enfermidade médica que causa pensamentos e sentimentos estranhos e um comportamento pouco usual. É uma enfermidade psiquiátrica pouco comum em crianças, e é muito difícil ser reconhecida em suas primeiras etapas. O comportamento de crianças e adolescentes com esquizofrenia pode diferir dos adultos com a mesma enfermidade.

É uma desordem cerebral que deteriora a capacidade das pessoas para pensar, dominar suas emoções, tomar decisões e relacionar-se com os demais. É uma enfermidade crônica e complexa que não afeta por igual a quem sofre dela.

Estimativas da esquizofrenia
A esquizofrenia é uma enfermidade mental que afeta menos de 1% da população mundial, com independência de raças, civilizações e culturas. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), afeta uns 52 milhões de pessoas em todo o mundo.

No Brasil, estima-se que 1,8 milhão de pessoas são afetadas por esta doença.

Como detectar a esquizofrenia nas crianças?
As esquizofrenias que aparecem antes dos 5 anos, têm traços extremamente comuns ao autismo, e somente com uma evolução posterior, com o aparecimento de sintomas psicóticos, propriamente ditos, permitirá um diagnóstico certo. Antes dos 3 anos, o diagnóstico diferencial é muito improvável.

É praticamente impossível distinguir uma esquizofrenia de um autismo. Somente ficará esclarecido com o passar do tempo. A partir dos 5 anos o diagnóstico diferencial vai-se esclarecendo com a presença de sintomas psicóticos (alucinações, delírios) na esquizofrenia.

Mas pode-se notar alguns sinais de alerta nas crianças com esquizofrenia. O comportamento de uma criança pode mudar lentamente com o passar do tempo. Por exemplo, as crianças que desfrutavam, relacionando-se com outros, podem começar a ficar tímidas e retraídas, com se vivessem em seu próprio mundo. Às vezes começam a falar de medos e idéias estranhas. Podem começar a ficar obstinados pelos pais e a dizer coisas que não fazem muito sentido. Os professores podem ser os primeiros a perceberem esses problemas.

A esquizofrenia é hereditária?
Se na família houve outros antecedentes familiares de esquizofrenia, pode ser hereditária, mas numa porcentagem relativamente baixa (não supera os 25% de possibilidades), mas se a esquizofrenia desencadeou por fatores de estresse ambiental, ou por outras causas que não são genéticas, não há razão para herdá-la..

O que se deve fazer?
As crianças com esses problemas e sintomas devem passar por uma avaliação integral. Geralmente, essas crianças necessitam de um plano de tratamento que envolva outros profissionais. Uma combinação de medicamentos e terapia individual, terapia familiar e programas especializados (escolas, atividades, etc.) são frequentemente necessários. Os medicamentos psiquiátricos podem ser úteis para tratar de muitos dos sintomas e problemas identificados. Estes medicamentos requerem a supervisão cuidadosa de um psiquiatra de crianças e adolescentes.

Formas de esquizofrenia
Nem todas as esquizofrenias são iguais, nem evoluem da mesma maneira. Uma vez realizado o diagnóstico, os profissionais as dividem em quatro:

- PARANÓIDE: É a mais frequente. Caracteriza-se por um predomínio dos delírios sobre o resto dos sintomas, em particular, delírios relativos a perseguição ou suposto dano de outras pessoas ou instituições para o paciente. O doente está desconfiado, inclusive irritado, evita a companhia, olha de relance e com frequência não come. Quando é questionado, dá respostas evasivas. Podem acontecer alucinações, o que gera muita angústia e temor.

- CATATÔNICA: É muito mais rara que a forma anterior, e se caracteriza por alterações motoras, seja por uma imobilidade persistente e sem motivo aparente ou agitação. Um sintoma tipico é a chamada obediência automática, segundo a qual o paciente obedece cegamente todas as ordens simples que recebe.

- HEBEFRÊNICA: É menos frequente, e ainda que também podem dar-se a idéias falsas ou delirantes, o fundamental pode aparecer ants que a paranóide e é muito mais grave, com pior resposta à medicação e evolução mais lenta e negativa.

- INDIFERENCIADA: Este diagnóstico se aplica àqueles casos que sendo verdadeiras esquizofrenias não reúnem as condições de nenhuma das formas anteriores. Pode-se utilizar como uma “gaveta de alfaiate” em que se inclui aqueles pacientes impossíveis de serem definidos.

Tratamento da esquizofrenia
O tratamento dos processos esquizofrênicos podem ficar reservados para o psiquiatra. Requer o emprego de medicamentos difíceis de empregar, tanto pela limitação dos seus efeitos como pela quantidade de reações adversas que podem provocar. Em geral, os sintomas psicóticos antes citados, correspondem a dois grandes grupos:

- Sintomas "positivos", ou produtivos. Refere-se a condutas ou modos de pensamento que aparecem na crise psicótica, em forma auditiva (novas condutas se somam às existentes). São os delírios e as alucinações, fundamentalmente. Neste caso, a palavra “positivo” não tem conotações favoráveis; significa simplesmente que “algo se soma ou se acrescenta”, e esse “algo” (delírios, alucinações) não é, em absoluto, nada bom.

- Sintomas "negativos", ou próprios da deterioração: diminuição das capacidades com o aparecimento de sinais de fraqueza e debilidade. Distúrbios psíquicos, perda de ânimo afetivo, dificuldade nas relações interpessoais, incapacidade para trabalhar, etc. São ao principais sintomas negativos.
Pois bem, os tratamentos básicos antipsicóticos (neurolépticos, eletrochoque) podem atuar mais ou menos sobre os “sintomas positivos”. Mas não temos nada que atue de forma brilhante sobre os “negativos”. Somente o emprego de alguns neurolépticos concretos ou de antidepressivos, a doses baixas, pode ser de alguma ajuda. Seu manejo exige muitíssimo cuidado, pois podem reativar uma fase aguda da esquizofrenia. O eletrochoque se reserva para os casos de baixa resposta aos neurolépticos, ou para quadros muito desorganizados com riscos físicos para o paciente (condutas auto-agressivas, por exemplo). Sua utilidade é na fase ativa, e somente para os sintomas “positivos”.

Fonte consultada:
- American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP)

sábado, 15 de junho de 2013

MEU CONSULTÓRIO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
FONOAUDIOLOGIA, NUTRIÇÃO, PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA
 







quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fonte: renata sawaya - facebook
fonte: facebook



 
fonte: fonoaudiologia complexa - facebook

DIAGNÓSTICO TRANSTORNOS ESCOLARES

É muito importante para os pais e responsáveis saber que profissionais podem fechar um diagnóstico e de que maneira ele é fechado.
Antes de mais nada, o  PEDIATRA, não é a pessoa mais indicada para fechar diagnóstico de doenças mentais tais como o TDAH, DISLEXIA ENTRE OUTROS. Estes transtornos só podem ser diagnosticados mediante aplicação de testes e exames. Não podem ser diagnosticados hiperativos só no olhar.
Os profissionais de saúde mais aptos a realizar o mesmo são: NEUROPEDIATRA, PSIQUIATRA INFANTIL. Ou dentro de uma EQUIPE MULTIDISCIPLINAR.
O médico, no primeiro momento, faz uma pesquisa sobre a vida escolar e social da criança e indicação de exames como: AUDIOMETRIA, EXMAE DE VISTA, ELETROENCEFALOGRAMA, ELETRONEUROMIOGRAFIA, TOMOGRAFIA, APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS. E, em um segundo momento, aplica ou pede à uma equipe composta de  terapeuta ocupacional, psicólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo para aplicar os testes respectivos de determinada área.
São os seguintes:
PSICÓLOGO: testes que avaliam o nível comportamental e emocional. Os testes aplicados pelo psicólogo também avaliam nível de atenção, entre outros aspectos.
NEUROPSICÓLOGO: faz um diagnóstico mais específico e também aplica testes cognitivos.
PSICOPEDAGOGO: avalia o nível cognitivo e de concentração e atenção relacionados à aprendizagem.
FONOAUDIÓLOGO: testes cognitivos em relação à escrita e linguagem matemática e oral. Além de avaliar o processo de fala e interpretação oral.
TERAPEUTA OCUPACIONAL: avalia problemas cognitivos, afetivos, perceptivos e psico-motores, e perceber se estes problemas decorrentes de distúrbios genéticos, traumas ou doenças adquiridas.
A família tem grande importância no processo diagnóstico, participando de algumas sessões e também sendo atendida dentro do tempo determinado pelo médico que iniciou a pesquisa.
Deixo aqui minhas dicas para tal processo, uma vez que recebo mães em meu consultório em que percebo que a criança tem algo e a a mesma diz que o pediatra já havia dito que a criança não tinha nada. E esta verdade, para algumas mães, é absoluta.
FIQUEM ATENTAS!!
                                                                              MICHELE JOIA

domingo, 2 de junho de 2013




Fonte: Leona Rangel Facebook


Fonte: maria de Jesus blogspot



Fonte: facebook

Fonte: portal fisioterapia



  PROJETO FONOAUDIOLOGIA E               PSICOPEDAGOGIA                           
Mantenha sua saúde oral e mental em dia!!
Projeto de atendimento
a grupos de adolescentes e crianças que se encontram com dificuldades de aprendizagem e fala.
DISORTOGRAFIA                      DISGRAFIA
                                 
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ENTRE EM CONTATO CONOSCO: 2482-9941
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sábado, 1 de junho de 2013


Entrevista
De quem é a culpa quando uma criança não é alfabetizada?

Ana Teberosky: ''Debater e opinar estimulam a leitura e a escrita''

Para a educadora argentina, nas sociedades em que se valoriza a interação entre as pessoas e a cultura escrita, o processo de alfabetização é mais eficiente

Ana Teberosky é uma das pesquisadoras mais respeitadas quando o tema é alfabetização. A Psicogênese da Língua Escrita, estudo desenvolvido por ela e por Emilia Ferreiro no final dos anos 1970, trouxe novos elementos para esclarecer o processo vivido pelo aluno que está aprendendo a ler e a escrever. A pesquisa tirou a alfabetização do âmbito exclusivo da pedagogia e a levou para a psicologia. "Mostramos que a aquisição das habilidades de leitura e escrita depende muito menos dos métodos utilizados do que da relação que a criança tem desde pequena com a cultura escrita", afirma. Para ela, os recursos tecnológicos da informática estão proporcionando novos aprendizados para quem inicia a escolarização, mas as práticas sociais, cada vez mais individualistas, não ajudam a formar uma comunidade alfabetizadora.

Doutora em psicologia e docente do Departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação da Universidade de Barcelona, ela também atua no Instituto Municipal de Educação dessa cidade, desenvolvendo trabalhos em escolas públicas.

De quem é a culpa quando uma criança não é alfabetizada?

Ana Teberosky - A responsabilidade é de todo o sistema, não apenas do professor. Quando a escola acredita que a alfabetização se dá em etapas e primeiro ensina as letras e os sons e mais tarde induz à compreensão do texto, faz o processo errado. Se há separação entre ler e dar sentido, fica difícil depois para juntar os dois.

Como deve agir o professor especialista ao deparar com estudantes de 5ª a 8ª série não alfabetizados?

Ana Teberosky - Todo educador precisa saber os motivos pelos quais a alfabetização não ocorre. Sou contra usar rótulos como alfabetizado e não-alfabetizado, leitor e não-leitor. Quando se trata de conhecimento, não existe o "tudo ou nada". Uma criança que tenha acabado as quatro primeiras séries, apesar de dominar os códigos da língua, pode ter dificuldade em compreender um texto e não estar habituada a estudar. Algumas apresentam resistência a tudo o que se refere à escola por motivos vários. Outras têm mesmo dificuldades e, por não saber superá-las ou não contar com alguém para ajudar, evitam contato com textos. Cada caso exige atenção e tratamento diferentes.
A atitude positiva do professor tem impacto na alfabetização da turma?

Ana Teberosky - Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo em termos de alfabetização. A grande vantagem de trabalhar com os pequenos é ter a evolução natural a seu favor. Se não existe patologia, maus-tratos familiares ou algo parecido, eles são máquinas de aprender: processam rapidamente as informações, têm boa memória, estão sempre dispostos a receber novidades e se empolgam com elas. Um professor que não acha que o estudante seja capaz de aprender é semelhante a um pai que não compra uma bicicleta para o filho porque esse não sabe pedalar. Sem a bicicleta, vai ser mais difícil aprender!

Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. O que a senhora pensa disso?

Ana Teberosky - Para afirmar se a culpa é ou não de determinada maneira de ensinar, seria necessário ter um estudo aprofundado das práticas pedagógicas dos alfabetizadores em todo o país. Uma coisa é o que eles declaram fazer, outra é o que eles executam de fato. Quem afirma que uma forma de alfabetizar é melhor que a outra está apenas dando sua opinião pessoal já que não existe nenhuma pesquisa nessa linha. A dificuldade em alfabetizar no Brasil é histórica e já existia mesmo quando o método fônico estava na moda.

O bom desempenho de alguns países nas avaliações internacionais pode ser atribuído à utilização do método fônico?

Ana Teberosky - Não dá para comparar um país com outro, porque não é somente a maneira de ensinar que muda. Outros fatores aliás, importantíssimos influenciam no processo de aquisição da escrita, como as características de cada idioma. É muito mais fácil alfabetizar em uma língua em que há correspondência entre o sistema gráfico e o sonoro ou naquelas em que as construções sintáticas são simples, por exemplo.

O método fônico e a psicogênese da língua escrita são incompatíveis?

Ana Teberosky - A psicogênese não é método, e sim uma teoria que explica o processo de aprendizagem da língua escrita. Nesse contexto, defendemos a integração de várias práticas pedagógicas. Mas o importante é que se leve em conta, além do código específico da escrita, a cultura e o ambiente letrados em que a criança se encontra antes e durante a alfabetização. Não dá para ela adquirir primeiro o código da língua e depois partir para a compreensão de variados textos. Nós acreditamos que ambos têm de ocorrer ao mesmo tempo, e aí está o diferencial da nossa proposta.

Como o processo de alfabetização deve ser avaliado?

Ana Teberosky - O professor deve se basear no momento inicial de aprendizagem de cada aluno, verificando o que ele conquistou em determinado período. Além do mais, a avaliação passa pela análise do próprio trabalho: o professor tem condições materiais e estruturais para ensinar? Ele criou um ambiente alfabetizador favorável à aprendizagem e necessidades de usar a língua escrita?

O que é um ambiente alfabetizador?
Ana Teberosky - É aquele em que há uma cultura letrada, com livros, textos digitais ou em papel , um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo momento esses escritos, que faz circular as idéias que eles contêm, é chamada alfabetizadora.

Nós vivemos em uma comunidade alfabetizadora?

Ana Teberosky - Cada vez menos a sociedade auxilia a alfabetização por não promover situações públicas em que seja possível a circulação de escritos, debates, discussões e reuniões em que todos sintam necessidade e vontade de usar a palavra. O individualismo vai contra a formação de leitores e escritores. Há uma tese brasileira que mostra como os sindicatos, durante sua história, desenvolveram uma cultura alfabetizadora entre seus membros. Como os líderes tinham de convencer os filiados sobre determinadas teses, buscavam informações para embasar seus argumentos, levantavam questões e respondiam às apresentadas. Os sindicalizados, por seu lado, também precisavam ler documentos, participar de reuniões, colocar suas dúvidas e opiniões para decidir.

Quais atividades o professor alfabetizador deve realizar?

Ana Teberosky - Formar grupos menores para as crianças terem mais oportunidade de falar e ler para elas são estratégias fundamentais! É preciso compartilhar com a turma as características dos personagens, comentar e fazer com que todos falem sobre a história, pedir aos pequenos para recordar o enredo, elaborar questões e deixar que eles exponham as dúvidas. Se nos 200 dias letivos o professor das primeiras séries trabalhar um livro por semana, a classe terá tido contato com 35 ou 40 obras ao final de um ano.

É correto o professor escrever para os alunos quando eles ainda não estão alfabetizados?

Ana Teberosky - Sim. A atuação do escriba é um ponto bastante importante no processo de alfabetização. O estudante que dita para o professor já ouviu ou leu o texto, memorizou as principais informações que ele contém e com isso consegue elaborar uma linha de raciocínio. Ao ver o que disse escrito no quadro-negro, ele diferencia a linguagem escrita da falada, seleciona as melhores palavras e expressões, percebe a organização da escrita em linhas, a separação das palavras, o uso de outros símbolos, como os de pontuação. A criança vê o seu texto se concretizar.

O computador pode ajudar na alfabetização?

Ana Teberosky - O micro permite aprendizados interessantes. No teclado, por exemplo, estão todas as letras e símbolos que a língua oferece. Quando se ensina letra por letra, a criança acha que o alfabeto é infinito, porque aprende uma de cada vez. Com o teclado, ela tem noção de que as letras são poucas e finitas. Nas teclas elas são maiúsculas e, no monitor, minúsculas, o que obriga a realização de uma correspondência. Além disso, quando está no computador o estudante escreve com as duas mãos. Os recursos tecnológicos, no entanto, não substituem o texto manuscrito durante o processo de alfabetização, mas com certeza o complementam. Aqueles que acessam a internet lêem instruções ou notícias, escrevem e-mails e usam os mecanismos de busca. Ainda não sabemos quais serão as conseqüências cognitivas do uso do computador, mas com certeza ele exige muito da escrita e da leitura.

É possível alfabetizar em classes numerosas?

Ana Teberosky - Depende da quantidade de alunos. Em quatro horas de aula por dia com 40 crianças, é muito difícil e eu não saberia como fazer... Seria melhor se cada sala tivesse 20, 25. Em Barcelona, estamos experimentando os agrupamentos flexíveis, que misturam grupos de diferentes níveis, com 12 estudantes e com três ou quatro professores à disposição para orientação. Existem algumas possibilidades desde que haja contribuição da gestão pública.

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/debater-opinar-estimulam-leitura-escrita-423497.shtml

FONTE: ORGONE PSICOLOGIA - FACEBOOK