Distimia
FONTE: DOUTOR DRÁUZIO VARELLA
Distimia é um tipo
de depressão crônica, de moderada intensidade. Diferentemente da depressão que
se instala de repente, a distimia não tem essa marca brusca de ruptura. O mau
humor é constante. Os portadores do transtorno são pessoas de difícil
relacionamento, com baixa auto-estima e elevado senso de autocrítica. Estão
sempre irritados, reclamando de tudo e só enxergam o lado negativo das coisas.
Na maior parte das vezes, tudo fica por conta de sua personalidade e
temperamento complicado.
Sintomas
O principal sintoma
é a irritabilidade, mas existem outros:
* Mau humor;
* Baixa
auto-estima;
* Desânimo e
tristeza;
* Predominância de
pensamentos negativos;
* Alterações do
apetite e do sono;
* Falta de energia
para agir;
* Isolamento
social;
* Tendência ao uso
de drogas lícitas, ilicítas e de tranquilizantes.
Diagnóstico
O diagnóstico é
eminentemente clínico. O dado mais importante a considerar é a manifestação dos
sintomas durante pelo menos dois anos consecutivos.
Via de regra, os
portadores de distimia desenvolvem concomitantemente episódios de depressão
grave. Quando se recuperam, porém, retornam a um patamar de humor que está
sempre abaixo do nível normal. A maior dificuldade é que raramente se dão conta
do próprio problema. Acham que o mau humor, a falta de prazer e interesse pelas
coisas e a tristeza que não dá trégua fazem parte de sua personalidade e do seu
jeito de ver o mundo, e quase nunca procuram ajuda.
Diagnosticar o
transtorno precocemente e introduzir o tratamento adequado é de extrema
importância, uma vez que por volta de 15% a 20% dos pacientes tentam o
suicídio.
Prevalência
A distimia pode
aparecer na infância ou numa fase mais tardia da vida. O mais comum, porém, é
que surja na adolescência. Há evidências de que muitos idosos já tinham
manifestado sinais do transtorno na adolescência.
Na infância,
acomete igualmente meninos e meninas. Depois, é mais prevalente nas mulheres do
que nos homens.
Tratamento
A associação de
medicamentos antidepressivos com psicoterapia tem apresentado bons resultados
no tratamento da distimia. Isoladamente, um e outro não funcionam a contento.
Embora os antidepressivos corrijam o distúrbio biológico, o paciente precisa
aprender novas possibilidades de reagir e estabelecer relações inter-pessoais.
A psicoterapia sem
respaldo farmacológico é contraproducente, porque cobra uma mudança de
comportamento que a pessoa é incapaz de atingir por causa de sua limitação
orgânica.
Recomendações
* Se você conhece
alguém sempre de mau humor, irritado, pessimista, considere a possibilidade de
que seja portador distimia, um distúrbio do humor para o qual existe
tratamento, e tente convencê-lo a procurar assistência médica;
* Fique atento: a
distimia, assim como a depressão clássica, pode acometer crianças e
adolescentes. Às vezes, esses transtornos estão camuflados atrás do baixo
rendimento escolar, do comportamento anti-social e do temperamento agressivo
que não conseguem controlar;
* Se, nos últimos
dois anos pelo menos, seus amigos e parentes têm comentando que você anda de
cara amarrada, irritado, descontente com tudo e com todos, esteja certo de que
isso não é normal, procure um médico;
* Não subestime os
sintomas da distimia. Para aliviar os sintomas, é comum o paciente recorrer ao
uso de drogas e de tranqüilizantes. Em 15% a 20% dos casos, surge ideação
suicida;
* Não se engane:
não atribua ao envelhecimento, a casmurrice, o mau humor e as queixas do idoso
que só reclama e não quer sair de casa. A distimia pode acometer pessoas na
terceira idade;
* Mantenha a adesão
ao tratamento farmacológico e à psicoterapia. Os medicamentos ajudam a corrigir
o problema físico e a psicoterapia, a aprender novas formas de relacionamento.